A chegada dos bilionários mascarados marcou um dos momentos mais perturbadores e comentados da primeira temporada de Round 6. Agora, a série fenônemo da Netflix expande seu universo de crueldade com a introdução dos VIPs de Round 6 Terceira Temporada, um novo grupo de magnatas que aposta na vida e na morte. Mantendo a essência que chocou o público, o criador Hwang Dong-hyuk mais uma vez optou por um elenco que foge do óbvio, gerando curiosidade e debate sobre os rostos por trás das icônicas máscaras de animais.
O Retorno dos Observadores Dourados: Mais Estranhos do que Nunca

Na primeira temporada, os VIPs foram a personificação da desumanidade do capitalismo levado ao extremo: um grupo de homens super-ricos, entediados, que encontravam entretenimento no desespero humano. Sua aparição no clímax da competição serviu para elevar a tensão e mostrar a verdadeira escala da organização por trás dos jogos mortais. A crítica na época, no entanto, apontou para as atuações “estranhas” e diálogos que pareciam deslocados da alta qualidade geral da produção.
Essa característica, que muitos consideraram uma falha, parece ter sido abraçada como uma escolha estilística na nova temporada. Os novos VIPs apresentam performances igualmente bizarras, criando uma consistência temática. A estranheza na fala e nos maneirismos não é um bug, mas uma feature, reforçando o quão desconectados da realidade e da empatia esses personagens são. Eles não soam como pessoas reais porque, no contexto doentio dos jogos, eles deixaram de ser.
O ator da primeira temporada, John D Michaels, já havia oferecido uma explicação para essa peculiaridade em uma entrevista ao The Guardian. Ele destacou que atores não-coreanos trabalhando na Coreia do Sul frequentemente lidam com diálogos traduzidos por não-nativos, o que pode resultar em uma entrega que soa artificial. Daniel C Kennedy, outro VIP original, complementou, mencionando as dificuldades práticas das filmagens: máscaras de gesso pesadíssimas e uma distância de quase 10 metros entre os atores, forçando-os a gritar suas falas no ar. É provável que esses mesmos desafios de produção tenham influenciado as performances na terceira temporada, contribuindo para essa aura de esquisitice deliberada.
Por Trás das Máscaras: O Elenco Inusitado dos VIPs de Round 6 Terceira Temporada: Quem são os Atores?

A grande questão que todos os fãs se perguntam é: quem são os VIPs Round 6 desta vez? Contrariando as expectativas de que a popularidade da série atrairia grandes nomes de Hollywood, Hwang Dong-hyuk preferiu escalar um grupo de atores majoritariamente desconhecidos do grande público, além de uma escolha de elenco completamente inesperada. Essa decisão reforça o foco nos competidores e na trama principal, tratando os VIPs como símbolos anônimos do poder.
O elenco da Round 6 temporada 3 para esses papéis é uma mistura internacional intrigante, trazendo profissionais de diferentes áreas e nacionalidades para compor o círculo de observadores.
David Sayers
Interpretando um dos novos VIPs, temos David Sayers, um ator britânico com uma sólida carreira no teatro. Originário de Hastings, Sayers tem em seu currículo diversas produções teatrais no Reino Unido e internacionais. Sua experiência no cinema inclui curtas-metragens e uma participação no thriller hindi Operation Mayfair. Sua escalação é interessante por trazer a disciplina e a projeção do palco para um papel que exige uma presença intimidadora, mesmo que sob uma máscara e com diálogos minimalistas.
Jane Wong
A única presença feminina entre os novos VIPs é interpretada por Jane Wong. Vinda de Hong Kong, a atriz tem experiência em produções locais, com destaque para dramas policiais de ação como Raging Fire e Bursting Point. Sua inclusão não apenas adiciona uma nova dinâmica ao grupo de bilionários, mas também conecta a produção coreana com o robusto cinema de gênero de Hong Kong, mostrando a amplitude do alcance da série.
Bryan Bucco e Jordan Lambertoni
A produção também trouxe dois atores com uma conexão direta com a Coreia. Bryan Bucco, natural de Nova Jersey, EUA, possui coreano como língua coloquial, conforme sua página no Backstage. Seu LinkedIn revela que ele trabalhou como professor de inglês na Coreia do Sul, o que lhe confere uma imersão cultural que pode ter sido um diferencial na escalação.
Da mesma forma, Jordan Lambertoni, de origem francesa, também tem o coreano como segunda língua. Recentemente, ele interpretou um arqueiro olímpico no filme local Amazon Bullseye. A escolha de atores ocidentais que possuem familiaridade com o idioma e a cultura coreana pode ser uma tentativa de suavizar os problemas de tradução e naturalidade dos diálogos que marcaram os VIPs da primeira temporada.
Kevin Yorn: A Escolha Mais Chocante e Meta de Round 6
De longe, a escalação mais surpreendente e comentada é a de Kevin Yorn. Ele não é um ator profissional. Yorn é um dos advogados de entretenimento mais poderosos de Hollywood e, crucialmente, representa o próprio criador de Round 6, Hwang Dong-hyuk, através de sua firma Yorn Levine.
Essa escolha é uma jogada de mestre em metalinguagem. Ao colocar seu próprio advogado para interpretar um dos bilionários que lucram com o sofrimento alheio, Hwang Dong-hyuk faz um comentário ácido sobre a própria indústria do entretenimento. É uma piscadela para o público, sugerindo que os verdadeiros “VIPs” do nosso mundo nem sempre estão nos holofotes, mas nos bastidores, movendo as peças do jogo. Essa decisão transforma um simples papel em uma declaração de intenções, borrando as linhas entre ficção e a realidade da indústria que tornou a série um fenômeno global. Esses novos personagens de Round 6 servem, portanto, a um propósito duplo.
A decisão de não escalar grandes estrelas para os atores VIPs de Round 6 parece, portanto, totalmente deliberada. Ao manter rostos desconhecidos e fazer uma escalação tão meta como a de Yorn, a série mantém o foco onde importa: na crítica social e na jornada de seus protagonistas. Os VIPs não precisam de rostos famosos; seu poder reside em seu anonimato e na máscara dourada que os torna símbolos intercambiáveis da opulência e da crueldade.
E você, o que achou dessas escolhas para o elenco de VIPs? A escalação do advogado do criador foi uma genialidade ou um exagero? Deixe sua opinião nos comentários