Lembra quando Pacificador chegou como “o membro mais inconveniente do Esquadrão Suicida” e, do nada, ganhou uma série que misturava ação sanguinolenta, humor afiado e um drama surpreendentemente sensível? Pois é: a 2ª temporada volta com essa energia — e vai além. James Gunn usa o multiverso com propósito narrativo (não como muleta) e dá a John Cena um arco que equilibra culpa, redenção e caos criativo. O resultado: episódios que divertem, cutucam e, principalmente, evoluem o personagem.
Será que finalmente chegou a hora de Christopher Smith ser levado a sério como herói — ou ele está condenado a tropeçar nos próprios erros?
O que muda na segunda temporada de Pacificador
Multiverso com função (e não firula)
- A série flerta com realidades alternativas para destravar o que realmente importa: escolhas, segundas chances e as consequências de “consertar” o passado. Não é fan service vazio — é motor de personagem.
O tom: menos histeria, mais foco emocional
- Continua violenta e debochada, mas há uma camada mais íntima. A temporada desacelera em momentos-chave para cavar os dilemas de Peacemaker, Harcourt, Economos e Adebayo — e isso rende.
O elenco e as dinâmicas
- John Cena aprofunda Christopher Smith, oscilando entre brutalidade e vulnerabilidade.
- Harcourt enfrenta rachaduras internas e profissionais que reverberam no grupo.
- Economos ganha espaço e paga isso com humor amargo e lealdade em conflito.
- Adebayo encara o peso das decisões passadas (e quando a série a puxa de volta à linha de frente, a faísca volta).
Pergunta honesta: como perdoar quem a gente gosta quando esse alguém é o próprio obstáculo?
Os novos ingredientes que fazem diferença
- Rick Flag Sr. funciona como fantasma do passado e contraponto moral — a ferida nunca cicatriza de vez.
- Entradas pontuais (como figuras da ARGUS e rostos conhecidos do universo DC) movimentam a trama sem roubar a cena — e sem travar a narrativa em “conexões por conexões”.
- O uso de humor físico e piadas recorrentes continua, mas agora com melhor costura ao drama. Quando passa do ponto, a série corrige a rota e volta ao eixo.
Curiosidade que vira reflexão: até onde a série pode esticar a loucura sem diluir o impacto emocional?
A direção de James Gunn: assinatura e equilíbrio
Gunn mantém o DNA: trilha matadora, violência cartunesca e coração à mostra. A abertura atualizada resume a temporada — mais ambiciosa, mais “coreografada”, impossível de pular — e sinaliza que o espetáculo visual vem sempre a serviço de uma pergunta maior: quem é Christopher Smith quando ninguém está olhando?
Altos, baixos e o tal “meio de temporada”
- O meio da temporada ameaça dispersar a atenção com subtramas mais leves (Eagly, estamos falando de você), mas serve de respiro antes do sprint final.
- Quando volta o foco no confronto interno de Peacemaker e nos elos quebrados do grupo, a série engata novamente com força.
Se o 1º ano surpreendeu pela catarse, o 2º encanta pela maturidade — sem perder a cara de “eu não acredito que fizeram isso na TV”.
Vale a maratona a segunda temporada de Pacificador?
Sim. Peacemaker, temporada 2, é a prova de que o DCU pode ser ousado, acessível e emocional no mesmo pacote. Se o objetivo era mostrar que um anti-herói brega e contraditório podia carregar uma história maior — missão cumprida. E com estilo.
Quer apostar? A conversa pós-episódio vai girar menos em “participações especiais” e mais no que a série diz sobre culpa, escolha e identidade.
Conclusão
Peacemaker volta maior sem perder o íntimo. O multiverso funciona como espelho — e o reflexo nem sempre é bonito, mas é necessário. Entre sangue, risadas e silêncios desconfortáveis, a temporada encontra algo raro: humanidade onde a gente menos espera. E isso, convenhamos, é a assinatura de James Gunn quando ele está inspirado.
Se bateu vontade de indicar a série para alguém que torcia o nariz para o personagem, este é o momento.
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